quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Coelho Branco II

Todo e cada indivíduo deste planeta passa, nem que seja por breves instantes, a tormentosa dor de perder alguém. Perder para sempre alguém. Todos passam por aquelas habituées, as costumeiras questões que se resumem ao maldito: "Porquê?"
Não que valha coisa alguma; Deus, ou outro qualquer que se ocupe desta matéria, fará ouvidos moucos a tal desesperada interrogação e fica a dor petulante, saltitando e espezinhando os restos amargurados de quem fez a pergunta estúpida.
Todo o indivíduo sabe que, eventualmente, a hora mais certa da Humanidade chega. Mais; tem a certeza que a dor que a morte carrega consigo, para onde quer que vá, atinge todo e cada ser humano que caminhe, conscientemente, a passos largos, para o seu destino, o mais garantido que alguma vez terá.
Quando chega essa presença, essa dama malvada, porém exímia cumpridora de funções profissionais, a dor é tão grande, tão maior que a certeza, que não há espaço para as duas coabitarem no mesmo coraçãozito, que se torna tão apertado, sumido, acabando uma delas por ceder. E, normalmente, é a certeza. Porque a dor, essa fica para sempre.

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