domingo, 10 de julho de 2011

Calótipo

Naquele dia
havia nuvens no céu
e o céu não era Azul.
Não era dia
Não era noite.
Era céu, somente.
A estrada desaparecia
E os seus pés roçavam o céu.
Ela continuava a caminhar
Mas já não sabia onde estava
Perdida no retrato do horizonte
Onde as nuvens
Passavam pontualmente
Num céu só mente,
Intenso,

Mediúnico.
Desejava para sempre
Aquele céu ali
Numa parede do infinito
Levemente inclinado,
Para a aconchegar no ombro nu
No seu ombro nu.

Adormeceria
E não saberia onde estava
Não saberia do ombro
Não sentiria a pele morena
Suada.
As nuvens eram mais densas
Agora mais frias.
Mas o céu, aquele céu
Não era noite
Não era dia.
Era céu.
Sem mente,

Só ela.

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