sexta-feira, 15 de julho de 2011

Insónias.

Constantemente me apaixono pela mão que me toca levemente no ombro. Se ficar lá poisada, encontro para tal mão um aro para o dedo anelar e um resto da vida e para sempre muito felizes.
Quando fecho os olhos, além da mão que teima em roçar ao de leve enquanto me distraio com os minutos do tempo, vejo-os num misto de sorrisos e olhares brilhantes. São os que passaram a correr e pouco ou nada ficaram que mais sorriem! Talvez pelo penar fatídico que suportaram quando as mãos se tocaram e se deram. Já os outros, só se lhes vê o olhar; brilhante de raiva, de ódio, de desamor. São esses que ainda percorrem o meu corpo com aquela mão, que outrora se apoiou no meu ombro. Essa mão procura-me como se aquela nunca tivesse sido eu. Riem-se do ser apaixonado, ao qual invadem o peito e profanam os mais secretos momentos da sua existência. Nada posso fazer, patético ser, espantalho caído, vazio e triste. Procuro abrir os olhos, já baços de lágrima.

Encaro o tecto alto; e ouço a sua voz ao longe, sem que mão alguma se poise no meu ombro. Contudo é essa voz que me ajuda a adormecer devagar, enquanto entoa uma melodia doce. Os olhos secam, e eu adormeço, apaixonada, uma vez mais.

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