domingo, 14 de novembro de 2010

Como construir uma Fonte.

Copiosamente. É o segredo. Duas grandes fontes, grandes e límpidas fontes, jorram copiosamente.
E copiosamente é o segredo. Não param, não sossegam.
Talvez se lembrem de secar durante uns breves instantes, mas, copiosamente, deixam cair, escorrer, as lágrimas.
Se os automóveis pudessem viajar a lágrimas! A ecologia deixaria todas as convenções e passaria a ser Azul.
Porém, a ecologia, as árvores e os oceanos não sentem nada. Alimentam-me, assim, o desejo de ser parte da ecologia Azul, que brada do lado de fora da minha janela. Poderia ocultar ao Mundo qualquer faculdade humana (insana!) que na terrível condição de menina ladina me deixa constantemente, copiosamente, as lágrimas jorrarem.
Se alguém atirar uma moeda e pedir um desejo, talvez ele se realize quando bater no fundo das lágrimas. Ou talvez alguém arregace as mangas e procure no fundo das lágrimas alguns trocos abençoados. Para café; com sorte, para tabaco. Já ninguém compra presentes.

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